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População idosa cresce no Brasil acima da média mundial

Em 2070, a estimativa é que a proporção de idosos esteja acima de 35% na população brasileira.

  • 12/2/16
  • GERAL
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Entre 1950 e 2000, o porcentual de idosos (60 anos ou mais) na população brasileira ficou abaixo de 10%, taxa semelhante às verificadas nos países menos desenvolvidos. A partir de 2010, os índices começam a se aproximar dos verificados em países mais desenvolvidos, que experimentam o processo de envelhecimento da população desde os anos 1950. Em 2070, a estimativa é que a proporção de idosos brasileiros esteja acima de 35%, superior ao indicador dos países ricos. A conclusão está na Síntese de Indicadores Sociais, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo projeções populacionais da Organização das Nações Unidas (ONU), os idosos brasileiros representavam 11,7% da população em 2015, e esse número dobraria em 24,3 anos (ou seja, em 2039). No mundo, a proporção de idosos é de 12,3% e dobraria só em 55,8 anos (em 2071). O IBGE ressalva que em suas estimativas, o índice de idosos em 2015 era de 14,3%, acima do número da ONU.

Na comparação só com as regiões mais desenvolvidas, verifica-se que o patamar de idosos brasileiro de 2015 já havia sido atingido em 1952 por esses países. Já as nações mais pobres só alcançarão esses patamares em 2022. Em 2005, a esperança de vida ao nascer era de 72 anos no Brasil. Em 2015, 75,4 anos (79,1 para mulheres e 71,9 para homens).

Com o aumento do número de idosos e a redução da fecundidade e do número de jovens, a razão de dependência no Brasil, ou seja, o peso da população inativa (de 0 a 14 anos e de 65 em diante) sobre a potencialmente ativa (de 15 a 64 anos) estava em 2015 em 54,7, ante 57,2 em 2005. O resultado é um maior impacto na previdência social e na assistência de saúde a essa população acima dos 60 anos.

Entre os idosos, diminuiu a proporção de ocupados que recebiam aposentadoria, de 62,7% para 53,8%. É um reflexo das mudanças na legislação que postergaram a concessão da aposentadoria, segundo o IBGE. Com inserção cada vez maior no mercado de trabalho, os idosos são vulneráveis, em sua maioria, por não serem qualificados: 65,5% têm ensino fundamental incompleto.

Ontem (1º), o presidente Michel Temer afirmou que a reforma da Previdência será enviada ao Congresso Nacional na próxima semana. Segundo Temer, o déficit da Previdência Social é de quase R$ 100 bilhões neste ano e a projeção é de que seja de R$ 140 bilhões para o ano que vem.

 

Idosos e saúde

Os idosos brasileiros são proporcionalmente a parcela de população que mais faz uso dos serviços de saúde. Citando a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) realizada pelo IBGE em 2013, é essa a conclusão apresentada pela SIS 2016.

A pesquisa em questão investigou o percentual de pessoas que haviam procurado atendimento nas duas semanas anteriores à data do levantamento. Dentre as pessoas com 60 anos ou mais, esta proporção foi de 25%. Todas as outras faixas etárias foram menores: 30 a 59 anos (16,4%); 15 a 29 anos (10,9%); e 0 a 14 anos (12,6%). Considerando toda a população, a taxa foi de 15,3%.

O levantamento também perguntou se as pessoas haviam se internado em hospitais por 24 horas ou mais nos 12 meses anteriores. Neste caso, a diferença proporcional também é significativa. Enquanto 10,2% dos idosos responderam positivamente ao questionamento, o percentual total foi de 6%.

Outro dado destacado pela pesquisa mostra que os idosos residentes na região Centro-Oeste foram os que menos conseguiram atendimento na primeira vez em que tentaram. São ainda os que mais se sentiram discriminados no serviço de saúde. Com agências.

Fonte: Portal Previdência Total.