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Deputados divergem sobre projeto que muda as regras de concessão de benefícios previdenciários

Parlamentares criticam cortes de benefícios.

As mudanças trazidas no projeto estavam inicialmente previstas na Medida Provisória (MP) 739/16, que foi apresentada em julho deste ano e perdeu a vigência em 4 de novembro. Entre outros pontos, o projeto do Executivo prevê a realização de perícias nos trabalhadores que recebem os benefícios do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez há mais de dois anos sem um novo exame. É criado ainda um bônus salarial de R$ 60 para peritos médicos do INSS por perícia a mais feita, tendo como referência a capacidade operacional do profissional.

O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) acusou o governo de querer cortar benefícios dos trabalhadores com a proposta – benefícios muitas vezes da ordem de pouco mais de um salário mínimo e meio, segundo ele. Ele destacou que, durante a vigência da MP, mais de 80% das perícias levaram a corte dos benefícios. Representantes de peritos afirmaram, durante a comissão geral, que em parte dos casos o aposentado por invalidez estava trabalhando. “Se alguém está trabalhando, fazendo bico, é porque recebe uma mixaria”, apontou o deputado. “Chega de punir o trabalhador”, completou.

O parlamentar criticou o bônus previsto para o perito e disse que que não é preciso “mutirão de peritos” para a revisão de benefícios. De acordo com ele, uma perícia para a concessão de benefícios muitas vezes demora muitas vezes 60 dias ou 90 dias. Ainda conforme Faria de Sá, na maior parte das vezes a perícia do INSS é negativa, por isso o trabalhador tem que recorrer à Justiça para conseguir o benefício, e agora o governo quer revisar esses benefícios concedidos judicialmente. Ele pediu respeito ao aposentado por invalidez e ao beneficiário de auxílio-doença. Para ele, as mudanças nas regras previdenciárias visam “inflar a previdência privada".

O deputado Bohn Gass (PT-RS) classificou o projeto de perverso, cruel e desumano. Para ele, o governo usa situações localizadas, que podia resolver administrativamente, para tirar direitos previdenciário.

Já o vice-líder do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS), defendeu a mudança nas regras da Previdência. “Ou faz a Reforma da Previdência, ou daqui quatro anos o governo começará a atrasar pagamentos”, disse. Segundo ele, se não houver mudanças, daqui a 20 anos o dinheiro de impostos será destinado todo para a Previdência, em vez de ir para a saúde ou a educação. Ainda conforme o parlamentar, de cada 10 aposentadorias rurais, um terço é fraude. Com informações da Agência Câmara.


Fonte: Portal Previdência Total.